CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O Senado do México aprovou na terça-feira, por ampla maioria, um projeto de lei que irá permitir o uso de maconha medicinal, em mais um passo rumo à legalização em um país assolado há tempos pela violência dos cartéis do tráfico de drogas.
O projeto, parte de uma proposta que o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, submeteu ao Congresso no início deste ano, também precisa ser aprovado pela Câmara para se tornar lei.
A medida passou pelo Senado com o placar de 98 a 7.
Desde a arbitragem de um tribunal no ano passado, o governo vem permitindo a importação caso a caso de um remédio com cannabidiol (CBD), um ingrediente químico ativo da maconha.
O projeto de lei foi aprovado visando a permissão do uso de produtos que contém o ingrediente psicoativo tetrahidrocanabinol (THC).
A medida também irá liberar a produção de maconha para propósitos científicos e medicinais.
"Faz anos que estamos lutando pela admissão, aprovação e reconhecimento dos usos médicos e terapêuticos da cannabis, e hoje finalmente temos algo", disse Lisa Sanchez, diretora de políticas para drogas do México Unido Contra a Delinquência, um grupo que trabalha para reprimir o crime.
A decisão de terça-feira, porém, "não encerra o assunto", acrescentou.
A maconha para fins recreativos ainda é amplamente proibida no México, mas em 2015 a Suprema Corte concedeu a quatro pessoas o direito de cultivar sua própria erva para consumo pessoal, abrindo as portas para a legalização.
(Por Joanna Zuckerman Bernstein)